21.7.05
Clair de Lune
Já a conhecia, sempre foi daquelas músicas que se ouvem e nos arrepiam, mas só não sabia que se chamava Clair de Lune.
O mais engraçado é que o descobri numa noite de luar intenso, deitada na minha cama, às voltas com uma insónia mais ou menos teimosa, que tentava contrariar.
Sem grande resultado, uma vez que o luar teimava em entrar pelo meu quarto, assim descarado, a fazer-me reparar nas dobras do lençol, que eu ia remexendo com a ponta do pé, e nas linhas das minhas pernas, para ali, perdidas, sem ti...
E foi então que a ouvi ... e, mais uma vez me arrepiei, mas desta vez o arrepio foi ainda mais intenso - porque me levou àqueles instantes em que fazemos amor e em que eu deixo de me ver e de ver o mundo à minha volta, em que saio de mim e me transformo em algo cuja dimensão nem sei qual é, e só sei que estou rodeada de um azul electrizante...
...e depois, adormeci, au clair de la lune...
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