28.9.05

Amar às cores e aos berros e aos pulos

Dói-me quando não estás junto de mim...mas, para meu espanto, gosto que me doa o coração! Porque me faz sentir viva, com o sangue a pulsar, não preciso de me beliscar para ver que estou viva, agora sinto-o... Porque te amo de verdade, não tenho por ti um amor arranjadinho, sossegadinho, amor das vidinhas certinhas, dos casalinhos bem arrumados, ajeitadinhos, às vidinhas e às opiniões dos outros, dos amores sem cor, que passam despercebidos... Dessa outra forma de amar, mansa, quase pálida já eu estava farta! Não era amor, era um esquiço... Agora, não! Agora, amo-te às cores, aos berros, aos pulos! Amo-te com sapatos de salto raso e mocassins, e roupa com ar de fim de semana, e umbigo à mostra, e com ar de gaiata, e sem ar de mulher e sem complexos por isso...que tenho tempo para ser mais mulher... Amo-te nessa tua maturidade suave, nesse teu amor terno e profundo e quente e meigo e animal e contido... Até essa tua maturidade, esse teu doce paternalismo, que, apesar de esmagadores, (porque sim, sei que sou imatura, às vezes infantil, e tenho que ouvir umas coisas, mas não há problema, faz parte da aprendizagem), me são caros e já me fazem falta... Mas não deixes que sejam implacáveis...deixa-me ser quem sou... ama-me assim como sou...este amor meu e teu merece isso... ...e como hoje sinto-me particularmente apaixonada por ti, republico-te isto!