Das Amizades...

Se há coisa que goste é de conhecer pessoas. Gosto de lhes ir conhecendo as suas histórias, naquilo que me quiserem contar, que só escuto aquilo que me quiserem contar. Gosto de lhes ir adivinhando sentires e sensibilidades, nelas ir encontrando afinidades. Nos últimos tempos, por via da opção de vida que tomei, tenho tido mais disponibilidade para concretizar este meu gosto. Não que o fizesse em moldes de tal sorte estranhos ou mesmo reprováveis, só que vivia com alguém que nunca me entendeu, entre outras coisas, nesta necessidade de ir conhecendo pessoas. Vou conhecendo pessoas pela via tradicional e também por esta forma nova, a net. Confesso que a maior parte das vezes ainda é pela forma tradicional… agora que estou separada, lá vem uma amiga que, sabendo-me com mais tempos livres, me liga a ver se quero fazer algum programinha e puxa-me para o seu círculo de amizades e vou conhecendo mais gente. Tenho conhecido imensas pessoas nestes quase dois anos que levo de separada. Algumas passam por mim como se de meras brisas se tratassem. Foram – são – muito agradáveis, mas passam deixando uma marca leve… algo que comparo às pegadas deixadas num areal… Outras, ainda que com passagens fugazes, foram portadoras de ensinamentos. E que importantes alguns desses ensinamentos foram… um deles, em concreto, prepararou-me para a maior infelicidade que já tive na vida, e para a qual não teria tido a força necessária para me animar e aos meus, não fora o ter-me cruzado com uma boa amiga. Vejo-a pouco, é certo, e a sua passagem por mim tinha um fim muito concreto, que me parece ter sido atingido; mas nunca me hei-de esquecer dela, por mais anos que viva… acho que ela sabe disso… Depois, há os novos amigos que tenho tido a sorte de ter feito; amizades recentes, mas muito boas. Aí, tenho sido uma mulher de sorte! Luzes fortes no meu horizonte, que me iluminam com o amor que me têm e que lhes tenho. São pessoas que me passaram as suas lições de vida, cheias de uma grandeza espiritual e emocional, que as reputo de flores de rara beleza, que devo, e quero muito cuidar, e cuidar bem! No meio de tanta gente, claro que existe o homem que amo! Ele sabe o bem que lhe quero e o tanto que o amo! É o meu pilar, o meu melhor amigo, tudo, para mim. Às vezes até tenho medo, porque me sinto uma pessoa com uma sorte tremenda! Claro que há também surpresas não tão boas… há gente que se aproximou de mim por curiosidade… de uma forma tão notória, tão despropositada que, de início, me baralhou, confesso… mas ainda assim, isso me serviu para aprender a filtrar. Bem, mas sou franca… ainda há quem me tenha surpreendido… nunca tinha, por exemplo, sido “tolerada” enquanto instrumento para alguém poder chegar a outrem… confesso que foi algo que me entristeceu… foi desconcertante, de facto, ter-me apercebido que não passei de um mero meio para… nunca me tinha apercebido que se pode instrumentalizar as amizades tão flagrantemente… Mas isto é mesmo assim, suponho. É crescer. É experimentar. É viver. E eu gosto disso. De viver!